Eu quero acreditar
Que há muitas famílias como a minha em que vista de fora somos um grupo de insanos, mas que no fundo tudo faz sentido
e isto sem uma gota de álcool.
Se não vejamos, um jantar interrompido
a meio para receber a visita pascal, crianças a fazerem de conta que são outras
pessoas e nós adultos temos de entrar na fantasia com risco de haver uma birra
e porque no fundo devemos estimular a imaginação sendo que objectivo era a mais
pequena jantar. O petiz ainda não fala mas já faz alvoroço e qual homem elástico
chega a todo o lado inclusive roubar-me o garfo da boca.
Acalmam-se as nove pessoas à mesa
(o normal seriam 12) durante 5 segundos e segue nova ronda, a minha filha testa
uma apresentação para história e nós somos a turma, ela lá começa e entre os descobrimentos,
Ptolomeu, Copérnico e outros volta e meia lá vinham comentários tão
inteligentes como, olha que bigodes tão grandes, é mesmo a cara do padre e
outras pérolas que no fundo tinham a missão de teste e de onde ela se saiu
muito bem.
Vestem-se pijamas a correr,
limpam-se lágrimas, no fundo não se quer sair daquele frenesim mas é a vida e
ruma-se a casa com o consolo de na sexta voltar tudo outra vez.