terça-feira, fevereiro 21, 2006

Decisão

Decisão

Há momentos em que somos pressionados para tomar decisões e fazer escolhas que influenciam todo o nosso dia, a nossa aprendizagem e no fundo a nossa vida.

No final deste dia fico a pensar na quantidade de decisões (boas e más) que tive de tomar hoje. Desde a hora a que tive de me levantar (porque queria ficar mais uns minutos na cama), que roupa vestir, a estrada a seguir (quando dei por mim estava do outro lado do rio), fazer ou não uma transgressão ao código da estrada, onde estacionar, que sessões deveria escolher durante a apresentação, o que almoçar e onde, como enviar um mail, redigir ou não a apresentação pedida à 2 dias (mesmo olhando para o relógio que já marca 20h20m... Dizer ou não ao outro que sentimos saudades, dar ou não um carinho, enviar ou não um sms...

Em período de reflexão equaciono se tivesse mais tempo ou uma maior preparação (tipo estudar o percurso e o local da apresentação) para decidir, se o meu dia seria igual. Se teria tido as mesmas experiências ou se teria tido outras mais enriquecedoras?! No fundo se eu seria a mesma?!

Resta-me a tranquilidade de pensar que as decisões que tomei foram as melhores (tendo em conta o tempo e as circunstâncias) e no caso de ter errado resta-me APRENDER e melhorar...

Gosto de ser como sou! Gosto de ser quem sou!

P.S. Dedicado ao meu GPS de serviço! ;-)

Silêncio

(de Dudu)


Existem silêncios que magoam
Existem silêncios que castigam
Existem silêncios que perturbam
Existem silêncios que dizem tudo
Existem silêncios que nada dizem
Existem silêncios turbulentos
Existem silêncios tranquilos
Existem silêncios de ouro
Existem silêncios quebrados
E existem silêncios como tu

domingo, fevereiro 12, 2006

Apenas um Saxofone

Apenas um Saxofone
de Lygia Fagundes Telles "Intimidades"

"Quero deixar bem claro que a única coisa que existe para mim é a juventude, tudo o mais é besteira, lantejoulas, vidrilho. Posso fazer duas mil plásticas e não resolve, no fundo é a mesma bosta, só existe a juventude. Ele era a minha juventude mas naquele tempo eu não sabia, na hora a gente nunca sabe nem pode mesmo saber, fica tudo natural como o dia que sucede à noite, como o sol, a lua, eu era jovem e não pensava nisso como não pensava em respirar. Alguém por acaso fica atento ao ato de respirar? Fica, sim, mas quando a respiração se esculhamba. Então dá aquela tristeza, puxa, eu respirava tão bem...
Ele era a minha juventude, ele e o seu saxofone que luzia como ouro. Seus sapatos eram sujos, a camisa despencada, a cabeleira um ninho, mas o saxofone estava sempre meticulosamente limpo. Tinha também mania com os dentes que eram de uma brancura que nunca vi igual, quando ele ria eu parava de rir só para ficar olhando."